Conheci dona Paulínia, muito prosa foi contando alguns causos. Junto com seu Cosme, lembraram do passado e do presente. Contaram também um pouquinho de fofoca (que na idade deles não faz mal a ninguém). Como era de se esperar o assunto família entrou em pauta. Dona Paulínia fez um comentário que me deixou triste, para ela “família” é para ficar longe, é até melhor assim, pois eles só aparecem para pedir dinheiro, e quando conseguem, tchau. Aquilo me incomodou, pois quando cheguei ao asilo me veio a idéia de família. Fiquei pensando naqueles senhores e senhoras que são deixados – alguns abandonados infelizmente – aqui pelos familiares. Muitos quase não recebem visitas dos entes queridos. Nestes dois dias, percebi que as visitas são mais de pessoas estranhas do que conhecidos dos internos é uma pena. Após nossa conversa, Dona Paulínia, passou mal e foi atendida por um dos voluntários do local.
Já passam das onze e os velhinhos são reunidos no refeitório para o almoço. Decido me oferecer para ajudar. Primeiro, levando alguns pratos até os quartos e a seguir ajudando no refeitório. Daniel, um voluntário (depois descobri que ele também é estagiário) pede minha ajuda com o seu José, um senhor de cadeira de rodas que não come bem sozinho. Por um breve momento engoli uma saliva seca com o pedido (não sei explicar o porquê). Recomposto, parti para tarefa solicitada. Com toda paciência, colher a colher, fui dando na boca do seu Zé (apelido carinhoso, não?), de sobremesa uma banana (demorei a entender o que ele queria). Nossa, senti uma sensação estranha durante a tarefa meio que emocionado (quase chorei) ao dar alimento na boca daquele senhor. Fiquei pensando naquela situação de ficar dependente de outras pessoas. Mas ao final, senti uma sensação muito gostosa.
Fim do almoço. Muitos vão para a sala assistir televisão, outros se recolhem aos seus quartos. Elias (quem me recepcionou hoje) pede para que eu o ajude a colocar seu José (o Zé) na cama. Topo de imediato. Muitos já estão dormindo. Com o ambiente tranqüilo, aproveito para continuar o meu tour. Ao final de um longo corredor, encontro Dona Zulmira, uma senhora muito simpática. Portadora de uma atrofia muscular, o que lhe falta em mobilidade, ela recompensa em prosa. Após um rápido comprimento, ela começou a me narrar, acredito eu, toda a vida dela. Desde sua terrinha natal Pindamonhangaba (ufa! acho esse nome comprido), passando pelo bairro do Brejetuba em Cruzeiro, até a chegada no asilo. Falou dos filhos, dos netos e do desejo de voltar a Pinda, aliás, este ultimo me pareceu uma meta a alcançar. A todo o momento ela dizia que iria voltar para sua terra. A cada dez palavras, onze eram sobre Pinda.
Conversa vai, conversa vem e quando percebi já era quase meio-dia, hora de partir. Fiz uma pequena romaria a fim de me despedir. Alguns velhinhos, já queriam saber quando eu voltaria – querem saber semana que vem vou começar a passar o dia inteiro aqui ao invés de somente metade do dia. Com uma enorme sensação de satisfação, fui embora terminar de aproveitar meu final de tarde e claro, namorar um pouquinho (afinal eu mereço).
Já passam das onze e os velhinhos são reunidos no refeitório para o almoço. Decido me oferecer para ajudar. Primeiro, levando alguns pratos até os quartos e a seguir ajudando no refeitório. Daniel, um voluntário (depois descobri que ele também é estagiário) pede minha ajuda com o seu José, um senhor de cadeira de rodas que não come bem sozinho. Por um breve momento engoli uma saliva seca com o pedido (não sei explicar o porquê). Recomposto, parti para tarefa solicitada. Com toda paciência, colher a colher, fui dando na boca do seu Zé (apelido carinhoso, não?), de sobremesa uma banana (demorei a entender o que ele queria). Nossa, senti uma sensação estranha durante a tarefa meio que emocionado (quase chorei) ao dar alimento na boca daquele senhor. Fiquei pensando naquela situação de ficar dependente de outras pessoas. Mas ao final, senti uma sensação muito gostosa.
Fim do almoço. Muitos vão para a sala assistir televisão, outros se recolhem aos seus quartos. Elias (quem me recepcionou hoje) pede para que eu o ajude a colocar seu José (o Zé) na cama. Topo de imediato. Muitos já estão dormindo. Com o ambiente tranqüilo, aproveito para continuar o meu tour. Ao final de um longo corredor, encontro Dona Zulmira, uma senhora muito simpática. Portadora de uma atrofia muscular, o que lhe falta em mobilidade, ela recompensa em prosa. Após um rápido comprimento, ela começou a me narrar, acredito eu, toda a vida dela. Desde sua terrinha natal Pindamonhangaba (ufa! acho esse nome comprido), passando pelo bairro do Brejetuba em Cruzeiro, até a chegada no asilo. Falou dos filhos, dos netos e do desejo de voltar a Pinda, aliás, este ultimo me pareceu uma meta a alcançar. A todo o momento ela dizia que iria voltar para sua terra. A cada dez palavras, onze eram sobre Pinda.
Conversa vai, conversa vem e quando percebi já era quase meio-dia, hora de partir. Fiz uma pequena romaria a fim de me despedir. Alguns velhinhos, já queriam saber quando eu voltaria – querem saber semana que vem vou começar a passar o dia inteiro aqui ao invés de somente metade do dia. Com uma enorme sensação de satisfação, fui embora terminar de aproveitar meu final de tarde e claro, namorar um pouquinho (afinal eu mereço).
Sobre aquela ansiedade no inicio, foi embora. A partir de agora, vou aproveitar ao máximo minha estada aqui, pois sinto que vou aprender muito com esses velhinhos, ops desculpem, essas eternas crianças.
Um forte abraço a todos
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