O Itamaraty estabeleceu cotas para negros que irão prestar concursos a carreira de diplomatas. A medida faz parte do Programa de Ação Afirmativa – criado em 2002 – que oferece bolsas de estudos a afro-descendentes.Aliás, não é de hoje que ouvimos falar sobre bolsas para afro-descendentes. Há alguns anos atrás houve protestos e comemorações com o projeto que obrigava instituições de nível superior a oferecerem cotas para negros. Houve até “gente branca”, que afirmava ser “negro” (palhaçada)
Tanto este, quanto outros governos tentam reparar anos e anos de omissão, com medidas que eles acreditam que irão amenizar o descaso com os descendentes africanos.
Pessoalmente não gosto de sistemas de cotas. Essa história de bolsas não passa de um “tapa buraco”. Algo como: “tadinho deles, vamos ajudá-los, pois eles não têm competência para conseguirem”.
Nós negros ou afro-descendentes (como queiram), representamos cerca de 45% da população brasileira. Isso é quase metade do país. Mas Você não vê 45% dos negros numa sala de aula do ensino fundamental e muito menos em uma sala de universidade; você também não vê 45% dos negros no mercado de trabalho e muito menos num cargo de chefia (difícil); você não vê 45% dos negros atuando na TV; você não vê 45% dos negros participando de desfile de moda; você não vê 45% dos negros na classe alta etc.
Resumindo: você não vê 45% dos negros em lugar nenhum. Corrigindo, você vê sim. Você os vê no noticiário do telejornal porque participaram de algum tipo de crime ou estão pedindo algo nas ruas. Somente nestas situações que vemos os 45%.
Caso a intenção seja mesmo retribuir a enorme contribuição que os negros deram a esta sociedade, o melhor seria investir na base, ao invés de ficar fazendo remendos. Ou seja, melhorar o acesso ao sistema de ensino, além de investir num ensino de qualidade.
Espero estar vivo para ver isso!!!
Um forte abraço a todos
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