A mediadora de um curso que estou fazendo, solicitou uma tarefa: lembrar do período de alfabetização. Tarefa difícil essa. Afinal, faz tanto tempo. E como acontece com a maioria das pessoas, tenho apenas vagas lembranças, apenas alguns fragmentos, sendo que a maioria são lembranças que eu ouvia a minha mãe contar.
Lembro-me, que sempre tive bons professores. Começando pela pré-escola (o que hoje chamamos de Educação Infantil), passando pelos mestres das series iniciais. Eram exigentes e cobravam a matéria. Até aqui tudo bem, o problema era a bendita da chamada oral, horrível. Mas pior do que isso era elaborar uma redação, coisa horrorosa. Alguém sabe me dizer para que serve uma redação? Coisa inútil, não se usava a redação em lugar nenhum – e continua a não se usar. Ninguém te contrata porque você sabe elaborar uma boa redação. Resumindo, redação só possuía utilidade na escola.
Agora, os relatos da minha mãe eram mais divertidos. Segundo ela, desde pequeno, nunca demonstrei muito gosto pelos estudos. Vivia perguntando o porquê de estudar. Aliás, meu maior desejo era descobrir o sujeito que “inventou” a escola. Segundo minha mãe, eu sempre dizia que iria matar o tal inventor. Ameaças a parte, a verdade que sempre fui “bem” na escola (mesmo não querendo ir), sempre passava para a série (o ano) seguinte.
Outro relato da minha “unidade maternal genética”, foi que certa vez, eu estava reclamando sobre ir à escola, no mesmo instante, ela solicitou que eu lesse algumas palavras que estavam escritas numa folha (detalhe: eu ainda não lia). Bravo, por ela não me dar atenção, a contra gosto li a folha. Foi quando percebi, para meu espanto, que já sabia ler, ou como dizemos na área da educação: “não sabia que já sabia ler”.
Em resumo, minha relação com processo de alfabetização não foi tão dolorosa, mas também não foi um total deleite. Digamos que assim como as minhas notas, foi uma experiência mediana (daria nota “C”).
Um forte abraço a todos